Sinspmar cobra atitude da prefeitura quanto à defesa dos servidores em inquérito do MP
Governo afirma que vai entrar com mandato de segurança preventivo
relacionado ao inquérito; sindicato pede transparência e divulgação das ações
referentes ao assunto
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Angra dos Reis –
Sinspmar participou de uma reunião na segunda-feira, dia 11 de dezembro, às
16h, com membros do governo e do funcionalismo, na intenção de entender o que a
prefeitura vai fazer em relação ao inquérito do MP que, através de questionamento
relativo aos servidores que ingressaram antes da promulgação da constituição de
1988 no governo municipal, poderá oferecer riscos aos direitos conquistados por
esses profissionais.
O evento aconteceu no auditório da Defesa Civil, no bairro de São Bento,
e também contou com a presença de membros da Federação dos Servidores Públicos
Municipais no Estado do Rio de Janeiro – Fesep/RJ – o presidente Marco Antônio
Corrêa da Silva e o advogado Themis Barros – e do corpo jurídico do Sinspmar –
os advogados José Antônio Gomes e Thiago Teodoro Mais de 200 pessoas lotaram o local,
e todos estavam ali por conta de um só motivo: entender o que estava acontecendo
e saber quais direcionamentos seriam tomados pelo governo municipal.
A procuradora da prefeitura, Márcia Paiva, abriu a reunião. “O município
não tem condições de defender os interesses individuais de cada um ou coletivo.
Vocês terão que procurar o sindicato de vocês, mas a prefeitura não vai deixar
de defender os interesses de todos os servidores”, disse a procuradora.
Após as explanações iniciais, a vice-presidente do Sinspmar, Andréia
Campos, questionou a representante da prefeitura quanto à responsabilidade do
governo em relação à defesa dos servidores. A diretora do sindicato queria
esclarecer se a prefeitura ia ou não ajudar o funcionalismo, já que o discurso
da procuradora havia sido recebido de forma confusa por grande parte dos
presentes. “Não podemos nos esquivar dessa situação, mas faremos tudo de uma
forma que ofereça ajuda ao servidor”, respondeu Márcia Paiva.
O presidente da Fesep se colocou à disposição para o apoio necessário no
acompanhamento do caso e que já haviam pesquisado casos que geraram
jurisprudência em outros municípios a favor dos servidores.
Andréia ainda esclareceu. “Todos que prestaram concurso público para o
município a partir de 88 não estão correndo qualquer tipo risco. Antes disso,
qualquer tipo de seleção não tinha validade de concurso público oficial”, disse
a vice-presidente do Sinspmar, antes de continuar. “Já sentamos com o nosso
jurídico e pensamos em algumas possibilidades caso a prefeitura não dê
encaminhamento da maneira que achamos que deve ser dado. Peço aqui para os
representantes do governo presentes, procuradora Márcia Paiva e secretário
Carlos Macedo, em nome do sindicato e de todos os servidores, que em toda e qualquer
ação feita pela prefeitura o sindicato e o jurídico da entidade estejam
presentes, tendo acesso sobre as ações. Em muitas ocasiões, recebemos a
informação muito tarde. Achamos justo que o Sinspmar e o jurídico do sindicato
e da federação que nos representa esteja junto com a procuradoria para resolver
essa situação, que é muito séria para nós.”
A procuradora explicou que a prefeitura foi notificada a respeito do
tema no dia 29 de novembro. O que motivou o inquérito foi um processo judicial
de um servidor, levando o Ministério Público a questionar o ingresso e a
permanência de servidores em cargo público antes do ano de 1988. “Entramos com
um mandato de segurança preventivo a fim de brecar essa situação. Também
pedimos oficialmente a prorrogação do prazo de resposta ao MP, relacionado aos
esclarecimentos da situação”, informou a procuradora.
“Pedimos à prefeitura que notifique o sindicato sobre a decisão do MP
quanto à prorrogação do prazo de resposta, para que possamos divulgar isso com
rapidez ao servidor. Vamos chamar a responsabilidade para todos, prefeitura,
Sinspmar e servidores, para que, quando existir a necessidade de se decidir
algo, possamos marcar uma reunião com a presença de cada parte envolvida”,
declarou o presidente do sindicato, Siderley Marques, que também falou da
importância dos servidores, mesmo não sindicalizados, quando sentirem
necessidade de alguma ação judicial ou denúncia ao MP, que procurem
esclarecimentos e informações com os advogados do Sinspmar, sobre as
possibilidades de acertos ou prejuízos que possam se estender aos demais
servidores.
Sinspmar vai ao Ministério Público para buscar ajuda ao servidor
Apesar da discordância do setor jurídico do Sinspmar quanto à estratégia
tomada pelo governo, em relação ao mandato de segurança preventivo, o sindicato
ouviu com respeito o que a procuradora tinha a falar e, logo após os diretores
do sindicato cobrarem total transparência e comunicação com a entidade, em
relação ao tema – com a prefeitura assumindo publicamente o compromisso de
notificar o sindicato de tudo o que venha a ocorrer sobre o caso –, o advogado
do Sinspmar lembrou um dado importante do processo. “Recomendação do MP não é
decisão judicial. Até lá, existe um longo caminho a percorrer”, declarou José
Antônio.
O presidente do Sinspmar, Siderley Marques, seguiu para a representação
do Ministério Público em Angra. Ele foi ouvido por assessores da promotoria. O
presidente do Sinspmar explicou o caso e pediu que tanto o sindicato quanto a
federação a ele ligada pudessem ser ouvidos pelo promotor, já que poderiam
explicar claramente os prejuízos e consequências relacionadas ao inquérito,
para o funcionalismo.
No dia seguinte foi protocolado no MP pelo Sinspmar o ofício onde é
pedida uma reunião do sindicato, advogados da entidade e a Fesep com a
promotora do caso – o sindicato aguarda a data da reunião.
Os assessores da promotoria ficaram de transmitir o pedido do Sinspmar o
mais rápido possível. Enquanto isso, o sindicato também já voltou a efetuar
reuniões com o setor jurídico da entidade, na intenção de criar estratégias e
ações com o objetivo de defender o servidor de mais uma séria ameaça à
categoria.
Em estado de alerta
desde a publicação do inquérito no BO
A diretoria do Sinspmar ficou sabendo da publicação do inquérito no
Boletim Oficial do Município na quinta-feira, 7 de dezembro. Assim que os
diretores tomaram ciência da gravidade do caso, reuniram-se internamente na
sexta-feira, 8, e tentaram entrar em contato com representantes do governo. Ao
mesmo tempo, eles agendaram uma reunião com o setor jurídico da entidade às
10h, no sábado, 9, na sede do Sinspmar – Praia do Anil.
No sábado, enquanto a vice-presidente do Sinspmar e outros membros da
diretoria reuniam-se com o advogado José Antônio, na intenção de começar a
organizar uma estratégia de defesa jurídica referente à ameaça aos servidores, o
presidente da entidade pesquisava incansavelmente por informações quanto ao
inquérito e dados referentes à atitude da prefeitura perante o problema.
Siderley descobriu que o governo havia agendado uma reunião com os
servidores para segunda-feira, 11 de dezembro, na sede da Defesa Civil, com o
objetivo de discutir a triste novidade com o funcionalismo. Rapidamente,
contatou secretários municipais e exigiu que o Sinspmar participasse do evento,
entendendo que a presença do Sinspmar era de total importância, no papel de
representante direto do servidor.
Vale ressaltar que mesmo com uma possível negativa da prefeitura
relacionada à participação do sindicato na reunião, os diretores participariam
do evento, assim como convidariam todos os servidores para comparecer ao local
do encontro. O Sinspmar acredita que é impensável uma situação como essa vir à
tona e a entidade não ser convidada formalmente a participar das discussões a
cerca do tema. Por conta disso, pediram formalmente ao governo que toda e
qualquer novidade acerca do inquérito seja informada ao sindicato, para que as
notícias sejam rapidamente repassadas aos servidores. Na era da informação, é
vergonhoso e injusto que a entidade representativa do funcionalismo não seja
notificada a respeito de atos que poderão afetar profundamente não apenas aos servidores,
mas a toda a cidade.
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