Férias com surpresa desagradável para os professores

Prefeitura corta nove dias de pagamento referentes aos professores que têm RTI’s e RET’s; ação é legal, mas o governo desrespeita os servidores quando não informa com antecedência sobre o corte


Os professores do município que se encaixam no Regime de Trabalho Integral – RTI – e no Regime Especial de Trabalho – RET – serão surpreendidos negativamente pela prefeitura ao receberem o pagamento referente ao mês de julho. Os nove dias finais do mês, que eram pagos normalmente, serão cortados da folha do professor. A informação foi transmitida ao Sinspmar em uma conversa entre a diretoria do sindicato e a secretária de Educação, Stella Salomão, que afirmou que a ação, que é legal, foi tomada para diminuir gastos.

Sabendo disso, o Sinspmar entrou em contato com o secretário de Administração, Carlos Macedo, que confirmou a medida por telefone. “(...) O pagamento vai sair com os dias que cada um trabalhou. Se trabalhou 20, são 20. Se trabalhou 15, são quinze. Não vou avisar sobre o que é lei”, disse o secretário, por telefone.     

O Sinspmar recebe essa notícia com tristeza, num dia em que a entidade realiza uma reunião para dar conta de outro débito da prefeitura – a ausência de pagamento das progressões e promoções do PCCR de 2016. Somando-se a isso a negação do governo em oferecer qualquer tipo de reajuste ao servidor neste ano e pagar horas extras atrasadas, fica claro que a prefeitura acredita que a participação do governo na ação de arresto organizada pelo Sinspmar já basta para essa administração. Afinal, estar com o salário em dia deve significar uma “benfeitoria extraordinária” para Fernando Jordão e seus secretários.

Entendemos as dificuldades não apenas municipais ou estaduais, mas nacionais, pelas quais o país vem passando. Ainda assim, acreditamos que o respeito e o bom senso são os grandes diferenciais na questão pública e na relação entre patrão e empregado. Um olhar mais atento aos detalhes, às ações que não geram dinheiro – mas fornecem confiança –, pode ser tão eficaz quanto à tomada de uma medida legal, mas desnecessária, que faz com que o servidor se sinta cada vez mais desvalorizado... Se é que isso é possível.

A diretoria do Sinspmar, mais uma vez, pede ao governo que pense melhor a respeito dessa ação. Ainda existe tempo hábil para reverter um ato que certamente vai oferecer mais ônus do que bônus à administração atual. Ao saber da medida tomada pelo governo, o Sinspmar imediatamente encaminhou ao prefeito e ao secretário de Administração um ofício pedindo que a decisão de cortar o pagamento dos nove dias, sem aviso prévio, seja revista. No documento também consta, detalhado ponto a ponto, todas as perdas que o funcionalismo vem acumulando ao longo dos anos. Infelizmente, o Sinspmar não teve resposta até o momento.







 
Ofício enviado pela diretoria do Sinspmar ao prefeito Fernando Jordão e ao secretário de Administração, Carlos Macedo

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