Pressão dos servidores veta Parceria Público-Privada em primeira votação
Mensagem será votada novamente pelos vereadores na quinta-feira; novo
projeto de lei sobre parcelamento de débito do Angraprev é aprovado, mas também
volta à câmara na próxima sessão
Mais de 100 pessoas lotaram o Plenário
Benedito Adelino na terça-feira, 6 de outubro, logo no começo da manhã. Elas
acompanharam a votação da mensagem do governo a respeito da implantação da
Parceria Público-Privada – PPP e do projeto de lei da prefeitura sobre um novo
parcelamento de débito relativo ao Instituto de Previdência Social de Angra dos
Reis – Angraprev.
Grande parte do público presente era
composta de servidores do Serviço Autônomo de Água e Esgoto – SAAE, autarquia
que chegou a ser citada na mensagem sobre a PPP e que já vinha sendo alvo de
especulações a respeito de uma possível privatização desde o ano passado.
Organizados desde cedo com faixas e
adesivos contra a privatização da autarquia, os servidores do SAAE obtiveram a
primeira vitória. Os vereadores presentes foram unânimes no voto contrário à
PPP. A presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Angra dos
Reis – Sinspmar, Ana Maria Bezerra Barbosa, que participou da sessão da câmara
em que a mensagem foi votada, também comemorou.
Mas não houve muito tempo para a
comemoração. A mensagem do governo sobre a implantação da PPP volta à câmara
dos vereadores na quinta-feira, 8 de outubro, para a segunda votação. Os
servidores do SAAE e os representantes do Sinspmar estarão no Plenário Benedito
Adelino para acompanhar a votação, cobrando dos vereadores um posicionamento
similar ao primeiro.
Primeira votação do novo parcelamento de dívida do Angraprev é favorável
Após a votação da mensagem sobre a PPP,
o projeto de lei da prefeitura sobre um novo parcelamento de débito relativo ao
Angraprev entrou na pauta. A presidente do Sinspmar foi convidada a falar sobre
o assunto. “A prefeitura está devendo R$ 28 milhões ao Angraprev; uma parte é
devida ao servidor público, configurando apropriação indébita. De maneira
costumeira, a prefeitura vem pedindo o parcelamento da dívida. Dos dois
parcelamentos aprovados pela câmara, em nenhum deles qualquer tipo de pagamento
foi efetuado. Agora, a prefeitura pede o terceiro parcelamento, de março a
agosto de 2015, mesmo sem ter pagado um tostão. É importante que todos prestem
atenção no que está acontecendo com Angraprev. A prefeitura já foi notificada
sobre esse assunto, e terá que devolver tudo o que deve.”
Inacreditavelmente, o projeto de lei
foi aprovado em primeira votação com o voto dos vereadores da base governista.
Até agosto deste ano, as dívidas relacionadas majoritariamente a repasses
previdenciários atrasados, por parte da prefeitura, totalizavam R$ 28.221.782,
90 (28 milhões, duzentos e vinte e um mil, setecentos e oitenta e dois reais e
noventa centavos).
Os repasses atrasados compreendem as
contribuições patronais relativas ao período de junho de 2014 a fevereiro de
2015, ainda não realizadas e sequer parceladas até a data atual. As
contribuições patronais de abril a junho de 2015, assim como a dos servidores,
no mesmo período, também se encontram em atraso. A totalidade dos repasses
patronais e dos servidores da Fusar, referentes ao período de janeiro a junho
de 2015, também não foi efetuada, assim como os repasses de várias folhas
suplementares do período de fevereiro a junho de 2015.
O Sinspmar tomou conhecimento sobre os
atrasos e, imediatamente, entrou em contato com o governo para pedir uma
reunião sobre o tema. Mesmo assim, não houve resposta por parte da prefeitura
para que a reunião acontecesse. Da mesma forma, também foi relatado num ofício
enviado ao sindicato que o Conselho de Administração – CONSAD testemunhou
várias iniciativas da presidência do Angraprev junto ao governo, na intenção de
que se regularizassem os repasses. Infelizmente, as cobranças não tiveram
sucesso.
O ofício com as informações sobre as
dívidas não foi enviado apenas ao Sinspmar. Ele também chegou às mãos da
prefeita Conceição Rabha, à Câmara Municipal, ao Ministério Público Federal e
ao Ministério da Previdência Social.
Oficialmente, a prefeitura não se
pronunciou sobre o pagamento de nenhuma das dívidas mencionadas.
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